Introdução: Na maioria dos serviços de Otorrinolaringologia é rotina para enviar o material extraído de uma cirurgia de amigdalectomia para pesquisa de material suspeito de malignidade ou documentação médico-legal. Estudos recentes têm mostrado que esta rotina de análise é dispensável.

Objetivo: Avaliar a real necessidade e custo / benefício do exame histopatológico de rotina realizada em pacientes submetidos a amigdalectomia, sem sinais ou sintomas de doença maligna.

Métodos: Estudo retrospectivo observacional que avaliou os prontuários de pacientes submetidos a adenoamigdalectomia, amigdalectomia e adenoidectomia , durante o período de janeiro de 2008 a setembro de 2009 no Instituto de Otorrinolaringologia CEMA -SP. Além disso, a análise de custo deste teste para o sistema de saúde pública e revisão da literatura.

Resultados: Foram estudados 281 pacientes entre 2 e 22 anos de idade, onde 142 (50,5%) eram do sexo masculino e 139 (49,5% ) do sexo feminino. 201 cirurgias foram adenotonsilectomia (71,5%), amigdalectomia, 41 ( 14,5%) e adenoidectomia 39 (14%). A indicação mais comum para a cirurgia foi infecção de repetição (63,3%) . Nenhum dos pacientes do estudo tinham suspeita clínica de malignidade. Os testes mostraram um custo de R$ 20,03 por tonsila analisado.

Conclusão: O exame histopatológico de rotina em pacientes submetidos a adenoamigdalectomia, sem sinais ou sintomas de malignidade são dispensáveis, além de aumentar o custo das cirurgias .