OBJETIVO: Verificar a eficácia da fonoterapia associada ao uso da válvula de fala unidirecional (VF) no processo de decanulação e reintrodução de dieta por via oral. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com levantamento de dados dos protocolos de intervenção fonoaudiológica de 9 pacientes traqueostomizados, com idade entre 33 e 79 anos, diagnóstico fonoaudiológico de disfagia orofaríngea e que utilizaram a VF como recurso terapêutico. A amostra foi atendida pelo Serviço Integrado de Fonoaudiologia de um Hospital Público, na cidade de São Paulo, no período de fevereiro 2009 a dezembro de 2011. Foram realizadas sessões diárias de fonoterapia, com duração de 30 minutos. RESULTADOS: Da amostra selecionada, verificou-se os seguintes diagnósticos: AVCi (11,1%), DPOC (22,2%), encefalopatia de Wernick (11,1%), malformação de Chiari (11,1%), mielinolise pontina (11,1%) hematoma subdural crônico (11,1%), hemorragia subaracnóidea (11,1%) e síndrome do desconforto respiratório agudo (11,1%). Após avaliação fonoaudiológica, verificou-se que 100% da amostra apresentava disfagia orofaríngea. A fonoterapia abrangeu o uso da VF e exercícios isotônicos de língua, laringe, base de língua e de contração faríngea. Foi realizada uma média de 16,8 atendimentos. Verificou-se redução considerável das secreções, com aumento da ventilação e redução dos engasgos e tosses durante a deglutição. Do total da amostra, 89% realizou troca da cânula para metálica ocluída. No momento da indicação da troca metálica, 89% da amostra estava com dieta por via oral exclusiva com consistência pastosa e hidratação líquida. CONCLUSÃO: O uso da VF como recurso auxiliar à fonoterapia mostrou-se eficaz na reintrodução de dieta por via oral e na decanulação.