OBJETIVO: descrever o caso de adolescente com colesteatoma admitido no serviço de emergência do Hospital Universitário com mastoidite, tromboflebite do seio lateral (TSL) e abscesso de Bezold. RELATO DE CASO: 15 anos, masculino, relatava otalgia contínua à esquerda acompanhada de febre alta (39°C), odinofagia e dor retroauricular ipsilateral há 3 dias. Evoluiu com otorréia, náuseas, vômitos e cefaléia. Na otomicroscopia secreção e pólipo oriundo da orelha média. Região cervicofacial com hiperemia, edema e dor à palpação de mastóide com extensão para região cervical lateral, enfisema subcutâneo e rigidez de nuca. Audiometria - disacusia condutiva moderada. Tomografia computadorizada - material de partes moles ocupando mastóide e orelha média, erosão de cadeia ossicular, aumento de partes moles retroauricular, coleção cervical à esquerda, lojas com gás e líquido; estase venosa no seio transverso. RNM e angioressonância - tromboflebite do seio lateral esquerdo. Iniciado antibioticoterapia (ATB) com Cefepime e Metronidazol, após 48 horas realizado drenagem do abscesso cervical com saída de grande quantidade de secreção purulenta fétida. Em seguida submetido à mastoidectomia radical confirmando a hipótese de colesteatoma. Anticoagulação plena 48hs após a cirurgia durante 6 meses. A cultura de secreções evidenciou Proteus mirabilis, Echerichia coli, Klebsiella pneumoniae, Morganella morganii. RNM de controle após 6 meses mostrou reperfusão parcial do seio lateral. CONCLUSÃO: A TSL e o abscesso de Bezold são complicações raras, porém graves das otites médias, principalmente, quando associadas no mesmo indivíduo. Diagnóstico precoce e terapêutica adequada, com ATB de largo espectro associada à abordagem cirúrgica, são fundamentais para reduzir a morbimortalidade.