Objetivo: Descrever dois casos de obstrução respiratória aguda por edema de Reinke. Relato dos casos: Caso 1 - Paciente feminina, 80 anos, tabagista, sem avaliação otorrinolaringológica prévia, com disfonia de longa data, iniciou com dificuldade respiratória e estridor em fevereiro de 2012. Procurou o Serviço de Emergência da Santa Casa de Porto Alegre. Caso 2 - Paciente feminina, 49 anos, tabagista , em acompanhamento no ambulatório do Serviço de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Porto Alegre por edema de Reinke, com cirurgia programada para março 2012. Em fevereiro de 2012 apresentou episódio de disfunção respiratória aguda com estridor. Procurou o Serviço de Emergência da Instituição. Ambas as pacientes foram submetidas a avalição clínica e exames radiológicos na emergência. Solicitada consultoria da equipe de otorrinolaringologia; realizada telelaringoscopia rígida com evidência de edema de pregas vocais com obstrução parcial da luz glótica. Iniciado corticoterapia sistêmica, com mínima resposta após 48h. Ambas foram submetidas à cirurgia através de laringoscopia de suspensão com microscopia, sem intercorrências. Evoluíram com resolução total das queixas respiratórias e bom controle da disfonia. Conclusão: O edema de Reinke caracteriza-se por processo inflamatório crônico na camada superficial da lâmina própria das pregas vocais. Relacionado ao tabagismo, apresenta-se com quadro de disfonia lentamente progressiva. Alguns raros casos podem evoluir com dispneia. A despeito de ser uma apresentação pouco comum, o edema de Reinke deve ser considerado no diagnóstico diferencial de pacientes tabagistas com quadro respiratório obstrutivo, especialmente naqueles com disfonia prévia associada.