OBJETIVO Apresentar uma causa pouco diagnosticada de disfagia em pacientes idosos. RELATO DO CASO Apresentam-se dois pacientes masculinos, idosos (idades: 65 e 66 anos), com queixas de disfagia para sólidos, disfonia intermitente e pigarro, há 2 anos coincidentemente. Ambos eram hipertensos e o mais idoso também era diabético. Foram submetidos a exame de videolaringoscopia, sendo revelado, nos dois pacientes, abaulamento em parede posterior de orofaringe estendendo-se à hipofaringe, com superfície lisa, cujo ponto de maior exuberância situava-se ao nível do bordo superior da epiglote. Solicitamos radiografia simples de coluna cervical com achados de calcificação difusa do ligamento longitudinal anterior e relativa preservação de espaços intervertebrais nos dois casos. Ambos foram submetidos a esofagografia baritada, com achados de estreitamento da luz ao nível da hipofaringe e acúmulo de contraste em valéculas e seios piriformes em fase tardia. No paciente mais idoso, o estreitamento era mais pronunciado e houve captação de contraste na via aérea inferior. Ambos foram diagnosticados com doença de Forestier e, após avaliação neurocirúrgica e ortopédica, foi indicado tratamento conservador. CONCLUSÃO Em pacientes idosos, muitas são as causas e os mecanismos de disfagia, nas diferentes fases da deglutição. O otorrinolaringologista é o profissional que lida diariamente com pacientes com esta queixa e deve atentar até mesmo para diagnósticos menos comuns, como a doença de Forestier. Destaca-se que, nesta doença, os mecanismos de disfagia são diversos e sinérgicos e a mesma tem alta prevalência estimada, apesar de poucos pacientes diagnosticados.