OBJETIVO: As glândulas salivares são sede de inúmeras doenças, de caráter inflamatório, litiásico, neoplásico, doenças autoimunes, ou de anomalias congênitas. Intimamente relacionada a estes processos, estão as fístulas relacionadas as glândulas salivares, que têm sua incidência rara e podem ter complicações diversas. Este tema tem sido pouco discutido na literatura atual. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de tratamento cirúrgico de fistula de glândula salivar e discutir sobre suas possíveis causas e tratamento. RELATO DO CASO: Paciente feminina, 89 anos, apresentava queixa de saída de secreção por orifício da pele em região submandibular a direita, iniciado há um mês. Ao exame, foi possível visualizar saída de secreção de aspecto salivar pela pele em região submandibular, sem sinais de secreção purulenta ou sinais inflamatórios importantes locais. Optado pelo tratamento cirúrgico que consistiu na remoção da glândula salivar por técnica externa tradicional e remoção do trajeto fistuloso da pele. No 7º pós-operatório evoluiu com deiscência de pele em local de ferida operatória sendo necessário realizar rotação de retalho cutâneo. A paciente apresentou boa cicatrização da ferida operatória e recebeu alta hospitalar.A glândula foi enviada para anatomopatológico o qual mostrou comprometimento por carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado, queratinizante e sialoadenite crônica inespecífica. CONCLUSÃO: Em geral, para pacientes de faixa etária acima dos 60 anos, que não apresentem causas evidentes para o aparecimento de uma fistula salivar a melhor opção terapêutica é a sua remoção com posterior anatomopatológico para exclusão de doença neoplásica.