O objetivo é relatar um caso de paracoccidioidomicose disseminada com disfonia como primeira manifestação. MAS, 46 anos, feminino, trabalhadora de área rural. Em abril de 2011, iniciou com disfonia progressiva associado a tosse produtiva e odinofagia progressiva de sólidos para líquidos. Nos três meses que antecederam o atendimento, relata perda ponderal de dez quilos e dispnéia progrressiva. Tabagista 35 maços/ano. Na consulta inicial a paciente apresentava- se com disfonia grave, emagrecida, com odinofagia de forte intensidade e regular estado geral. Ausculta pulmonar apresentava murmúrio vesicular reduzido difusamente, roncos e estertores finos e sibilos. Ao exame otorrinolaringológico, oroscopia, rinoscopia e otoscopia dentro da normalidade. Após videolaringoscopia demonstrando lesão em região supra - glótica, esbranquiçada e difusa, foi submetida a microcirurgia de laringe com biópsia, evidenciando a macroscopia lesão nodular em região posterior da laringe, de aspecto granulomatoso, e posterior anatomo patológico compatível com paracoccidioidomicose laríngea. Raio - x de tórax com infiltrado intersticial bilateral. Tomografia cervical corrobora com a videolaringoscopia. A laringe é sítio frequente das doenças infeciosas granulomatosas, a disfonia é o sintoma mais comum, e a biópsia da lesão é indispensável. Apesar de a paracoccidioidomicose ser uma doença rara, é importante que seja lembrada como diagnóstico diferencial em pacientes com história arrastada de disfonia. Avaliar a procedência de regiões endêmicas, trabalhadores do campo, examinar todos os órgão e sistemas em busca do diagnóstico são fundamentais na propedêutica otorrinolaringológica, para que assim possamos diagnosticar doenças iniciais e não nos depararmos com casos avançados como o presente relato.