OBJETIVO: Realizar levantamento de relatos profissionais entre um grupo da rede de apoio contra a violência sobre situações em que distúrbios de comunicação tenham sido manifestados em decorrência da submissão a atos de violência, em suas variadas formas, caracterizando o distúrbio e sua conduta frente ao fato. MATERIAL E MÉTODO: Atividade direcionada aos profissionais já citados, alunos de curso de Enfrentamento à Violência modalidade educação à distância (EAD), onde deveriam relatar as experiências em um fórum. RESULTADOS: Em relação ao fórum, participaram 45 profissionais sendo que 28 relataram ter vivenciado, em algum momento da carreira, a díade violência e distúrbio de comunicação. Os distúrbios comunicativos relatados, em ordem decrescente, foram: atraso no desenvolvimento da linguagem, mutismo/mutismo seletivo, alterações na intensidade de voz, desvio fonológico, gagueira, distúrbios de linguagem oral e escrita, rouquidão, fala e/ou voz infantilizada, fobia/isolamento social, taquilalia, fala verborrágica, expressão acompanhada de erotismo e dificuldade em expressar-se. Os tipos de violência citados foram: violência sexual, negligência e violência física, acompanhadas de agressões verbais e discriminação. O fonoaudiólogo foi citado 13 vezes como envolvido ou indicado no tratamento e reconhecimento do problema. CONCLUSÕES: Há estreita relação entre distúrbios comunicativos e violência, sendo primordial a capacitação dos profissionais envolvidos no reconhecimento e no tratamento da díade. O fonoaudiólogo, profissional capacitado para o tratamento de distúrbios da comunicação humana, é referido na integração multiprofissional de apoio à vítima de violência com manifestações comunicativas, no entanto a referência está aquém do ideal.