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Ano: 2002  Vol. 6   Num. 1  - Jan/Mar Print:
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Homenagem Póstuma a Marcial Armando Salaverry (1917 - 2001)
Author(s):
Dr. Roberto Machado Neves-Pinto
Palavras-chave:
Com grande pesar para seus familiares e colegas otorrinolaringologistas de todo o país, faleceu aos 84 anos de idade, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), o Dr. Marcial Armando Salaverry.

Nascido em 1917 em São Paulo (SP), diplomou-se em Medicina em 1941 pela Faculdade Fluminense de Medicina. Nesse mesmo ano, ingressou no Serviço de Saúde da Aeronáutica como otorrinolaringologista e no posto de 2o tenente médico estagiário em 1943, quando concluiu o Curso de Especialização em Medicina da Aviação.

Seu aprendizado profissional foi desenvolvido no Serviço do Prof. Caiado de Castro, no Hospital de Pronto-Socorro do Rio de Janeiro (atual Souza Aguiar). Já como médico da aeronáutica estagiou no "Walter Reed US Army Medical Center (Washington)". Chefiou o Serviço de ORL do Hospital Central da Aeronáutica (Rio de Janeiro) e passou à reserva remunerada em 1962 como coronel.

Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Professor Adjunto e Livre Docente de ORL da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1974, onde granjeou o respeito e admiração de seus pares e alunos por suas aulas e por seu grande tirocínio médico cirúrgico. Adquiriu grande reputação nacional e mesmo internacional com a cirurgia do nervo facial, para a qual contribuiu com inovação técnica pessoal.

Conheci o Salaverry como 2o tenente médico, recém-ingressado na Aeronáutica e destacado para estagiar no Hospital Central. Ao primeiro contato, o ar severo do tenente-coronel Salaverry preocupou-me um pouco. Pensei que teria problemas de convivência. O futuro, entretanto, revelaria o contrário. Não só nunca tive qualquer problema de relacionamento como, com o tempo, por suas atitudes, conhecimento e honestidade profissional, passei a nutrir grande estima e admiração pelo sisudo Chefe. Na verdade, eu nunca o vi ser arrogante com um subalterno ou usar seu conhecimento para humilhar ou diminuir os menos experientes. Nunca o vi tampouco ser subserviente com os mais agaloados do que ele. Durante toda a minha vida, dentro e fora da Aeronáutica, procurei imitar seu exemplo e espero que algum dia aqueles que comigo conviveram possa dizer de mim o mesmo.

Dr. Roberto Machado Neves-Pinto
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