O Tamanho da Amostra Por melhor que sejam, revistas médicas fornecem informações complexas e diversificadas. Estudos originais, de revisão da literatura e, atualmente, de metanálise, se reproduzem a uma velocidade fantástica, porém nem sempre obtêm resultados semelhantes.
Isso repercute na influência que os artigos exercem sobre os médicos que buscam evidências para nortear suas condutas clínicas. Além disso, aceitar ou rejeitar as conclusões apresentadas pelos trabalhos publicados requer conhecimentos específicos que nem sempre fizeram parte da formação básica do médico.
Até há pouco tempo, termos como experimento cego e duplo cego, causalização, estratificação, estudos prospectivos, ensaios clínicos randomizados, controle positivo e negativo, etc, não eram conhecidos da maioria...
Hoje em dia, com a ênfase que a pesquisa está tomando nos centros universitários, esses conceitos estão sendo mais naturalmente incorporados. Entretanto, ainda resta a questão do tamanho da amostra...
Não conseguir uma amostra ideal significa diminuir a probabilidade de encontrar evidência estatística de diferenças que podem ter significado clínico. Na verdade, a maioria dos ensaios ‘negativos’ tem pouco poder estatístico por causa de amostras pequenas!
Portanto, qual deve ser o número ideal de pacientes ou animais a serem estudados de modo que o pesquisador consiga demonstrar seus objetivos? O epidemiologista é o profissional mais indicado para auxiliar no delineamento de uma pesquisa e no cálculo da amostra. Entretanto, este ‘número mágico’ precisa de algum embasamento para ser calculado de maneira adequada: é responsabilidade do pesquisador fornecer informações sobre os resultados de trabalhos anteriores que tiveram o mesmo objetivo ou, em último caso, de experiência própria.
Quando essas informações não estão disponíveis, recomenda-se que o cálculo de amostra seja feito depois da análise parcial dos resultados obtidos com o projeto piloto, desde que realizado nas mesmas condições da pesquisa. Recrutando auxílio epidemiológico, certamente melhoraremos o poder de nossos estudos, o que auxiliará a tomada de decisões de muitos profissionais!
Além disso, é dever de uma revista científica promover e divulgar os resultados da boa pesquisa. Enviem suas contribuições para a Arquivos de Otorrinoalringologia, agora indexada no Lilacs e no Latindex!
Abraços a todos e Boas Festas!
Dra. Tanit Ganz Sanchez
Dr. Olavo Mion
Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento
Prof. Dr. Aroldo Miniti